A hipotonia, ou diminuição do tónus muscular, é geralmente detetada no nascimento ou durante a infância. Um dos sintomas mais claros desta doença é que o bebé ou criança pode parecer frágil ao nascer e não ser capaz de manter os joelhos e cotovelos dobrados. Também pode ter problemas para comer ou, à medida que cresce, ter dificuldades motoras.
Existem várias doenças e desordens que podem causar os sintomas da hipotonia. Encontrar a causa é a chave para o melhor tratamento possível. Outras causas possíveis são problemas no sistema nervoso ou muscular; uma lesão ou doença; a hereditariedade; e, às vezes, simplesmente não é possível identificar uma causa clara.
Em alguns casos, a criança nasce com hipotonia benigna congénita, uma variação mais leve da doença que pode ser aliviada com terapia (física, ocupacional e da fala), embora as restrições possam ter uma duração prolongada.
Quais as dificuldades das crianças com hipotonia ao fazer uma viagem de carro?
Em geral, as crianças com esta doença apresentam flacidez, falta de movimento ou mobilidade reduzida, e enfraquecimento da musculatura. Em alguns casos, têm pouco controlo da cabeça ou dificuldade em permanecer sentadas. Isso vai afetar a postura e a colocação da criança no carro.
Se viajar de carro, a primeira coisa que deve fazer é garantir a segurança, com um bom sistema de retenção para crianças, homologado e adequado à altura e peso, e sempre no banco traseiro. “As crianças com hipotonia são crianças com necessidades especiais, e estas crianças devem beneficiar não apenas do mesmo nível de segurança que as outras crianças, mas também de um nível adicional de segurança, se o seu grau de hipotonia requer, porque o seu corpo é mais sensível ou frágil do que o de uma criança com tônus muscular normal”, como esclarece Lucia Villacieros Hernandez, Pediatra e Neuologista Infantil do Serviço de Pediatria e Neonatologia do Hospital Quirónsalud San José.
Assim, e independentemente das condições médicas serem temporárias ou permanentes, as crianças com hipotonia devem sempre utilizar um sistema de retenção para crianças adequado às suas condições específicas (por exemplo, com fixação adequada na área da cabeça, com almofadas laterais em caso de não possuir suporte cefálico).
Não existe um tratamento específico para a hipotonia, “o tratamento depende muito da causa da doença e se é conhecido o seu tratamento. Em qualquer caso, é muito importante manter um programa de estimulação psicomotora, incluindo fisioterapia e reabilitação, sempre com a supervisão do neuropediatra”, diz a médica Villacieros.
A postura no sentido contrário à marcha é a mais segura para qualquer criança, mas especialmente para as crianças com a musculatura subdesenvolvida, como são as crianças com hipotonia. Manter a postura o maior tempo possível é muito recomendável para garantir a segurança das crianças.
Em casos mais graves de hipotonia, a criança pode precisar de uma cadeira de rodas ou de apoio de aparelhos ortopédicos, para evitar (ou corrigir, no seu caso) lesões como a deslocação das articulações.
Há que ter em conta que, na maioria de casos de hipotonía, uma das maiores dificuldades é levantar e movimentar a criança. Isto vai dificultar a colocação da criança no SRC, uma vez que tem que garantir que a posição é correta, impedindo o desconforto ou até mesmo uma lesão.
Como acontece em outros casos de crianças com necessidades especiais, depende da situação clínica da criança para tomar certas medidas. Pode ser o caso de precisar de poucas alterações à rotina normal, até necessitar de uma cadeira especial.