De acordo com o mais recente Relatório de Avaliação sobre Segurança Infantil, publicado pela European Child Safety Alliance Euro Safe, em Maio deste ano, as lesões e os traumatismos são a primeira causa de morte das crianças portuguesas, com idades compreendidas entre os 0 e os 19 anos. Ajudamos, por isso, pais e educadores a prevenir e a reduzir o impacto de alguns destes acidentes, recordando algumas regras e comportamentos de segurança.
As férias de Verão – a que se associam as brincadeiras ao ar livre – têm como palco alargado os parques infantis. Assim, sempre que levar os seus filhos a brincar nestes espaços procure:
- que estejam afastados de zonas de estacionamento e circulação de veículos;
- que estejam limitados por uma vedação que impeça o acesso intempestivo de crianças às zonas de estacionamento e circulação de veículos;
- que tenham piso de borracha sintética, casca de pinheiro ou areia.
- que os escorregas tenham menos de três metros de altura e cujo troço final da rampa horizontal seja pelo menos de 1 metro.
- que os baloiços sejam, preferencialmente, de borracha e que tenham proteção frontal e posterior (uma distância de 5 metros para trás e de 2 metros para a frente);
- que os carrosséis tenham uma zona de segurança de 2 metros (mínimo) e sejam concebidos de tal forma que partes do corpo ou do vestuário não fiquem presas nas partes em movimento do equipamento;
- que os equipamentos não se encontrem danificados, enferrujados ou com madeira lascada.
No que respeita às crianças, elas têm também, um papel a desempenhar. Ensine-as a brincar apenas nos equipamentos adequados à sua idade e a utilizar os equipamentos corretamente.
- nos baloiços: manter-se sentado e sair apenas quando o baloiço parar totalmente, e se não tiver nenhuma criança em frente;
- nos escorregas: colocar os pés virados para a frente e sair imediatamente, após acabar a descida.
- no balancé: brincar apenas com crianças da mesma idade ou com estatura física semelhante.
- a saltar: cair com ambos os pés ao mesmo tempo e com os joelhos fletidos;
- a evitar equipamentos molhados, pois poderão estar escorregadios, facilitando assim as quedas.
- a evitar usar roupas ou calçado com cordéis soltos ou colares compridos.
- a guardar a mochila, a bicicleta ou sacos longe dos equipamentos, para evitar que alguém tropece;
Se, ainda assim, a criança sofrer uma queda, saiba como proceder:
- Se a criança se queixar de dores na cabeça, pescoço, coluna ou ancas; se ficar inconsciente, ainda que por breves momentos, não respirar ou tiver dificuldade em respirar, se tiver convulsões, ou se tiver um líquido transparente ou sangue a escorrer pelo nariz, ouvidos ou boca, ligue imediatamente para o 112 e evite movê-la;
- Fique atento nas horas seguintes e procure ajuda médica se a criança manifestar dificuldade em se manter acordada, vomitar, se se queixar de dor nas costas ou que a dor tem vindo a agudizar-se, se não caminhar normalmente ou tiver dificuldade em focar os olhos;
- Se achar que a criança se encontra segura, coloque uma compressa fria ou um saco de gelo nas feridas e nódoas negras, dê-lhe um analgésico para as dores e deixe a criança descansar tantas horas, quantas necessite;
Neste mês em que se celebra o Dia Mundial da Criança festeje-o com alegria e não se esqueça que também depende de si o êxito do ditado: ao menino e ao borracho, põe Deus a mão por baixo..
Fonte: “Relatório de Avaliação sobre Segurança Infantil 2009”, in APSI Associação para a Promoção da Segurança Infantil [em linha], 2009, http://www.apsi.org.pt/24/portugal_brochura_16pgs.pdf [consultado em 28-05-2009]; Marques, Susana (2004), “Segurança em Parques Infantis”, MSG, 9, 10-12 .