- Preços acima de 6% em 2024 devido às tensões geopolíticas
- Aumento das disparidades no grupo das economias desenvolvidas, com os EUA a liderar os ganhos em detrimento da União Europeia
O mais recente relatório da MAPFRE Economics elevou a sua previsão de crescimento da economia global em 2023 para 2,9%, e reduziu a previsão em 2024 para 2,2%.
O “Panorama económico e setorial 2023: perspetivas para o quarto trimestre“, publicado pelo Departamento de Estudos da MAPFRE Economics e editado pela Fundación MAPFRE, destaca a dicotomia entre a atividade económica e os preços com que se iniciou o ciclo de aperto monetário global, que mudou para uma situação mais equilibrada entre ambas as variáveis, embora sujeita a um ambiente cada vez mais desafiador e tenso a nível geopolítico, especificamente o risco de um obstáculo adicional com o aumento dos preços da energia devido ao atual conflito no Médio Oriente.
Previsões
Relativamente à inflação, as alterações são mais pronunciadas, deixando antever uma inflação média mais baixa em 2023 (6,6% vs. 7,0% no relatório do trimestre anterior), mas seguida de uma trajetória mais persistente em 2024 (6,1% vs. 4,9% anteriormente).
A este cenário junta-se uma série de crescentes divergências regionais, diferentes momentos cíclicos e formas de aplicar as ferramentas económicas disponíveis, o que expõe um fosso de vulnerabilidades e margens de ação muito desiguais. Tudo isto, face à incerteza da geopolítica, uma “sombra” que paira sobre os resultados dos cenários possíveis. Isso fez com que, por exemplo, em 2023, os Estados Unidos da América tivessem tido um desempenho melhor do que o esperado. Por isso, a MAPFRE Economics reviu em alta as suas previsões e agora aponta para um crescimento de 2,3% em 2023 e de 0,6% em 2024.
Por outro lado, na Zona Euro, os indicadores avançados apontam para um arrefecimento dos níveis de atividade económica, sobretudo na indústria, prevendo o Centro de Estudos um crescimento de 0,5% em 2023 e de 0,7% em 2024 (menos uma e três décimas de ponto percentual do que a anterior estimativa, respetivamente).
Impacto no setor segurador
Este contexto macroeconómico coloca a atividade seguradora perante um panorama de menor crescimento de volume de negócios, que afetará os ramos mais cíclicos e ligados ao crédito, como os seguros automóvel e de Vida, embora se preveja uma melhoria da sua rentabilidade, à medida que os prémios de seguro forem sendo revistos em alta para os adaptar à inflação, o crescimento dos custos for moderado e os rendimentos financeiros continuarem a ser apoiados pelo aumento das taxas de juro. As taxas de juro mais elevadas estão a contribuir para o desenvolvimento dos seguros de vida ligados à poupança.